Dois clicks: Opinião renovada

Por Jacques Netto

“O meio é a mensagem”. Muda-se o meio, muda-se a mensagem. Marshall McLuhan pareceu prever o que está acontecendo após o acesso às redes sociais e o advento da “democracia globalizada”.

O jornalismo impresso, que se reservava ao direito de eleger cargos executivos no país, vem perdendo força. Criticados por interferências nas opiniões dos leitores, limitaram-se a dedicar pequena parte do jornal às suas opiniões: os editoriais. O jornal, não para jornalistas, é lido em momento de lazer. Sendo o tempo curto para maioria dos brasileiros, grande parte lê apenas o do seu agrado. Traduziu-se como o leitor refém da opinião do jornal.

Como exemplo, podemos citar três grandes veículos de comunicação impressa no país: O Estado de São Paulo, O Globo e a Folha de São Paulo. O primeiro dedica uma página para o seu editorial e o espaço do leitor é cada vez menor. O Globo reserva duas páginas inteiras para sua opinião e uma terceira para a dos leitores. Já a Folha, exibe uma página com essas características sendo dividida entre seu editorial e o espaço de quem lê. O paralelo são as infinitas páginas que as redes sociais oferecem.

O jornal pesado, menos colorido e de difícil manuseio vem sucumbindo às cores, o acesso e ao “sem custo” das redes sociais. Ler no computador há muito tempo é mais prazeroso do que abrir jornal em transportes públicos ou no trabalho, por exemplo.

A opinião do jornal parece caminhar em outra ordem.  Agora, é através das exposições dos jornais que com um “click” você tem acesso ao mesmo conteúdo redigido pela oposição. Desse confronto é que a opinião do indivíduo pode originar. A mensagem está mudando, como disse McLuhan. Em tempos de redes sociais, a opressão do jornalismo midiático esvazia-se e é preenchido por movimentos exclusivos da opinião do indivíduo. A democracia agradece.

  1. No trackbacks yet.

Deixe um comentário